Presidiários erguem 'muro' do impeachment em Brasília
ANDRÉ BORGES - O ESTADO DE S. PAULO
10 Abril 2016 | 17h 24 - Atualizado: 10 Abril 2016 | 17h 56
Estrutura de ferro separará grupos pró e contra Dilma Rousseff durante as manifestações nos dias de votação do afastamento
Brasília - Um grupo de presidiários foi escalado para erguer o muro de ferro que, até o próximo fim de semana, vai dividir a Esplanada dos Ministérios pelo meio. Monitorados por policiais militares, os presidiários usavam camisetas brancas sobre a cabeça para se proteger do sol forte.
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O muro, já usado pelo governo no dia 7 de setembro do ano passado para aplacar as manifestações contrárias à presidente Dilma Rousseff durante o aniversário da Independência do Brasil, volta agora a ser erguido para tentar evitar o confronto dos manifestantes.
Do lado direito da Esplanada, ficarão os manifestantes que pedem o impeachment de Dilma. Do lado esquerdo, estarão aqueles que defendem a continuidade do governo. O muro do impeachment só deverá ser desmontado no fim da votação pela Câmara. O processo deverá ocorrer entre os dias 15 e 17 de abril.
Em meio aos turistas que sempre visitam a Esplanada dos Ministérios nos fins de semana, os presidiários avançam com o muro, que deverá chegar até a rodoviária de Brasília, no fim da Esplanada.
No ponto mais próximo do Congresso Nacional, do lado direito, o movimento Vem Pra Rua montou um placar do impeachment, fincando placas de madeira com o rosto de cada um dos 513 deputados. Os parlamentares foram separados entre os favoráveis, indecisos e contrários ao impedimento da presidente.
Na manhã deste domingo, um homem ateou fogo no próprio corpo em frente à rampa do Palácio do Planalto. Socorrido pelo Corpo de Bombeiros, chegou ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com 90% da superfície corporal queimada. Identificado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal apenas como J.M.G, o rapaz está em estado grave, internado na unidade de queimados do Hran. Nascido em 1976, ele é de São Leopoldo (RS).
"Eu estava aqui vendendo minhas coisas, quando vi o homem gritando, pegando fogo e se batendo na grade em frente à rampa", diz o vendedor de artesanato Gil Rodrigues, que há 16 anos trabalha na Praça dos Três Poderes.
Um forte esquema de policiamento foi montado para a próxima semana, com um contingente que poderá chegar a até 4 mil policiais. O trânsito também será desviado e terá operações especiais nos próximos dias. Por conta do clima de tensão, agentes policiais e do corpo de bombeiros já foram deslocados para o entorno do Congresso e do Palácio do Planalto.
PM e DF montam 'Operação Esplanada' para manifestações do impeachment
ANDRÉ BORGES - O ESTADO DE S.PAULO
09 Abril 2016 | 17h 28 - Atualizado: 09 Abril 2016 | 17h 34
Plano de segurança será executado na Esplanada dos Ministérios durante os três dias de votação do impedimento da presidente
Brasília - A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e a Polícia Militarorganizaram um plano de segurança específico para atuação na Esplanada dos Ministérios durante os três dias de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A chamada "Operação Esplanada", que reúne agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Detran e Corpo de Bombeiros, ocorrerá durante os dias 15, 16 e 17 de abril.
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Nessas datas, as áreas do entorno doCongresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, bem como de toda a Praça dos Três Poderes, ficarão restritas para acesso. Não haverá circulação de manifestantes nesses espaços que, tradicionalmente, foram ocupados pelas pessoas nas manifestações anteriores.
A operação formará uma área exclusiva ao longo da região central de toda a esplanada. O grupo a favor do impeachment será concentrado do lado direito da Esplanada. A população contra o impeachment ficará do lado esquerdo. Haverá alambrados para separar os manifestantes. A barreira vai impedir que os grupos se vejam durante os atos.
Todo acesso será monitorado pela Polícia Militar. Cada manifestante que seguir para a Esplanada será abordado por um policial para ter acesso à área.
Foram autorizadas as entradas de apenas dois carros de som para cada grupo de manifestantes. Esses carros não poderão incitar os manifestantes com palavras de ordem. A polícia definiu que só serão permitidas informações para orientar a população.
O estacionamento dos manifestantes favoráveis ao impeachment será no Parque da Cidade, também do lado direito de quem segue para a Esplanada. Os manifestantes contrários à saída da presidente deverão estacionar do lado esquerdo, no entorno do estádio Mané Garrincha.
Estão proibidas as entradas de garrafas e objetos de vidro, fogos de artifício, suportes de bandeiras, máscaras e megafones. Quem chegar ao local com algum desses objetivos, terá o item recolhido pela polícia. Os bonecos infláveis, de qualquer tamanho, também foram proibidos. O objetivo, segundo a polícia, é evitar provocações entre os manifestantes.
O bloqueio de parte das vias terá início à meia-noite do dia 14, quinta-feira. "Todo o trabalho é para que as pessoas possam se manifestar livremente sem por em risco a segurança própria e de outros", disse secretária de Estado da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar. "Estamos tranquilos, preparados e integrados.
Quatro mil policiais. O efetivo policial organizado para fazer a segurança das manifestações no próximo fim de semana, quando deverá ser votado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, deverá chegar a cerca de 4 mil agentes.
A Polícia Militar prevê que 3 mil homens atuem diariamente na "Operação Esplanada" entre os dias 15 e 17 de abril. A Polícia Civil deverá deslocar 700 agentes por dia para a região. O Corpo de Bombeiros escalou cerca de 500 agentes, enquanto o Detran dará apoio com mais 50 servidores.
Cada uma das instituições estará em alerta para ampliar seus contingentes, se necessário. A PM conta com um efetivo de 13,8 mil agentes no Distrito Federal. A Polícia Civil, com 4,7 mil servidores.
A montagem de alambrados ao longo da Esplanada já começou e os agentes policiais começaram a monitorar toda a região central de Brasília.
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