quarta-feira, 29 de junho de 2016

Conheça as próximas etapas do processo de impeachment no Senado

29/06/2016 17h47 - Atualizado em 29/06/2016 17h57

Conheça as próximas etapas do processo de impeachment no Senado

Senado deve decidir no dia 9 de agosto se Dilma vai a julgamento final.
Processo deve ser concluído no final de agosto, depois da Olimpíada do Rio.

Gustavo GarciaDo G1, em Brasília
Após o fim dos depoimentos das testemunhas agendadas para esta quarta-feira (29), a comissão especial do impeachment do Senado pretende interrogar na próxima quarta (6) a presidente afastada Dilma Rousseff, alvo da denúncia de crime de responsabilidade.

Dilma não é obrigada a comparecer ao colegiado. O advogado dela, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, pode representar a presidente afastada durante o interrogatório.

Até o depoimento da denunciada, a comissão só terá um compromisso. Na próxima terça-feira (5), o colegiado vai realizar audiência com o trio de peritos do Senado que, em parecer, apontou atos da presidente afastada na edição de decretos de créditos suplementares sem autorização doCongresso. O parecer, no entanto, não aponta responsabilidade da petista nas chamadas “pedaladas fiscais” – manobras para aliviar, momentaneamente, as contas públicas
Os técnicos deverão explicar aos senadores integrantes da comissão como chegaram às conclusões registradas nos laudos apresentados na última segunda-feira (27).

Mais de 200 horas de sessão
Até o momento, a comissão especial do impeachment já realizou mais de 200 horas de sessões e ouviu o depoimento de mais de 40 testemunhas, a maior parte delas indicada pela defesa da presidente afastada.
A comissão especial está na fase intermediária do processo de impeachment, chamada de "pronúncia". Nesta etapa, os integrantes do colegiado devem, após depoimento de testemunhas e de produção de provas e perícia, analisar o relatório que será elaborado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Caberá ao parlamentar tucano opinar se procede ou não a denúncia de que Dilma cometeu crime de responsabilidade. Caso o relatório de Anastasia diga que a denúncia é procedente e o plenário principal do Senadoaprove, por maioria simples, o parecer, a presidente afastada será levada a julgamento final.


Cronograma
De acordo com cronograma aprovado pela comissão especial, a discussão e a votação do parecer de Anastasia no plenário do Senado deve acontecer no dia 9 de agosto.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já disse em entrevista a jornalistas que o recesso parlamentar, previsto para o período entre 18 de julho e 1º de agosto, não vai afetar os trabalhos da comissão especial. Segundo Renan, o colegiado funcionará “paralelamente ao recesso”.
Veja as datas do processo de impeachment na comissão especial:
– Terça-feira (5/7): Trio de técnicos do Senado explica conclusões de perícia feita em documentos do processo;

– Quarta-feira (6/7): Interrogatório da presidente afastada ou de seu advogado;

– De 7/7 a 12/7: Prazo para entrega das alegações finais dos autores da denúncia (Seriam 15 dias de prazo, mas os denunciantes se comprometeram a entregar em apenas cinco);

– De 13/7 a 27/7: Prazo para entrega das alegações finais da defesa de Dilma Rousseff;

– De 28/7 a 1º/8: Período para elaboração do parecer do relator Antonio Anastasia;

– Terça-feira (2/8) Leitura do parecer na comissão especial;

– Quarta-feira (3/8): Senadores discutem o parecer;

– Quinta-feira (4/8): Votação do parecer na comissão;
– Sexta-feira (5/8): Leitura do parecer no plenário principal do Senado;

– Terça-feira (9/8): Início da discussão e votação do parecer no plenário (sessão pode se estender pela madrugada de quarta-feira (10/8).
Julgamento final
Se, na sessão que terá início no dia 9 de agosto, o plenário principal do Senado aprovar, por maioria simples, eventual parecer pela procedência da denúncia, Dilma vai a julgamento final.
Deverá, então, ser concedido um prazo aos autores da denúncia para que apresentem, em até 48 horas, uma peça chamada, no jargão jurídico, de libelo, que nada mais é do que uma consolidação das acusações e provas produzidas. Eles também deverão apresentar um rol de testemunhas.
Em seguida, a defesa terá 48 horas para apresentar uma resposta, a contrariedade ao libelo, e também uma lista de testemunhas.
Todo o processo é encaminhado para o presidente do Supremo, a quem caberá marcar uma data para o julgamento e intimar as partes e as testemunhas. Deverá ser respeitado um prazo mínimo de dez dias para se marcar o julgamento.
Segundo o G1 apurou, os integrantes da comissão especial preveem que o julgamento final de Dilma Rousseff terá início no final de agosto, entre os dias 25 e 26. Ou seja, depois do encerramento da Olimpíada do Rio de Janeiro, marcado para o dia 21 daquele mês.
Veja como será o julgamento final do impeachment:
– Na data marcada, o julgamento será realizado no plenário do Senado, presidido pelo presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, novamente na condição de presidente do Senado como órgão judiciário.
– As partes podem comparecer pessoalmente ao julgamento ou serem representadas por procuradores. Poderão ser convocadas testemunhas, que serão interrogadas pela acusação, defesa e pelos senadores, que assumem o papel de juízes. No entanto, as perguntas dos parlamentares não serão feitas diretamente por eles. Elas terão que ser encaminhadas para Lewandowski para que ele faça as indagações.
– O número de testemunhas e o tempo dos depoimentos ainda precisarão ser definidos. Há previsão, segundo a Secretaria-Geral da Mesa do Senado, de realização de debates orais, embora não esteja definido quem poderia falar.
– Depois disso, as partes se retiram da sessão para discussão entre senadores – não está definido quanto tempo cada um terá para se manifestar. O presidente Ricardo Lewandowski elaborará um relatório, que é diferente de um parecer, pois não haverá juízo de valor.
– Em seguida, acontece a votação nominal. Os senadores serão chamados ao microfone para responder “sim”, “não” ou “abstenção” à seguinte pergunta: “Cometeu a acusada Dilma Vana Rousseff os crimes que lhe são imputados, e deve ser ela condenada à perda de seu cargo e à inabilitação temporária, por oito anos, para o desempenho de qualquer função pública, eletiva ou de nomeação?”.
– Não há definição de como será a ordem de chamada – caberá ao presidente Lewandowski decidir essa questão. Para ser aprovado o impeachment, são necessários os votos de pelo menos dois terços dos senadores (54 votos).
- Caso o impeachment seja aprovado, Lewandowski lavra a sentença, que é publicada no "Diário Oficial". Dilma é então notificada, perde o mandato e fica inelegível por oito anos. O processo é, então, encerrado. Se rejeitado o impeachment, o processo é arquivado e a presidente da República reassume.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Dilma agiu na liberação de créditos, mas não em pedaladas, aponta perícia

Dilma agiu na liberação de créditos, mas não em pedaladas, aponta perícia

Análise técnica foi feita a pedido da comissão do impeachment no Senado; texto diz que não há controvérsia da autoria da presidente afastada nos decretos de créditos suplementares

Por: Laryssa Borges, de Brasília - Atualizado em 

A presidente da República afastada, Dilma Rousseff, concede entrevista coletiva em Brasília (DF) - 14/06/2016
A presidente da República afastada, Dilma Rousseff(Ueslei Marcelino/Reuters)
A comissão processante do impeachment no Senado recebeu nesta segunda-feira as conclusões da perícia feita para analisar aspectos técnicos sobre as acusações que pesam contra a presidente afastada Dilma Rousseff. No documento, o corpo técnico afirma que é incontestável que a presidente agiu para liberar créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional - ato classificado como crime de responsabilidade -, mas exime a sucessora de Lula de ter "contribuído direta ou indiretamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos" do Plano Safra, a chamada pedalada fiscal.
A denúncia contra Dilma Rousseff por crime de responsabilidade leva em consideração o fato de ela ter maquiado as contas públicas ao assinar decretos de liberação de crédito extraordinário, sem aval do Congresso, para garantir recursos e burlar a real situação de penúria dos cofres do governo. Ela também é acusada de ter atrasado deliberadamente repasses para o Banco do Brasil, enquanto a instituição financeira era obrigada a pagar incentivos agrícolas do Plano Safra 2015.
Neste último caso, o governo postergou o repasse de 3,5 bilhões de reais ao BB para pagamento de subsídios aos agricultores, forçando a instituição a utilizar recursos próprios para depois ser ressarcida pelo Tesouro. Essa operação de crédito, já que o governo acabou por tomar um empréstimo de um banco estatal, como o BB, é proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
No caso dos decretos, o ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, que atua na defesa de Dilma, afirma que, embora tenham sido liberados créditos de 95,9 bilhões de reais, a maior parte (93,4 bilhões de reais) seria apenas remanejamento de recursos, e não criação de novas despesas.
A perícia, porém, concluiu que os decretos para liberar recursos não seguiram o que determina a lei porque o tema não foi previamente debatido e votado pelo Congresso Nacional, conforme exige a legislação. "Dos quatro decretos não numerados ora em análise, que abriram crédito suplementar, três deles promoveram alterações na programação orçamentária incompatíveis com a obtenção da meta de resultado primário vigente à época da edição dos decretos. Como esses decretos não se submetem às condicionantes expressas no caput do artigo 4 da LOA/2015 [Lei Orçamentária Anual], sua abertura demandaria autorização prévia", diz o documento enviado à comissão processante.
"Essa junta identificou que pelo menos uma programação de cada decreto foi executada orçamentária e financeiramente no exercício financeiro de 2015 com consequências fiscais negativas sobre o resultado primário apurado. Há ato comissivo de exma. Sra. Presidente da República na edição dos decretos, sem controvérsia sobre sua autoria", acrescenta o texto.

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No processo de impeachment, estão sendo julgados quatro decretos dos seis assinados no ano passado pela presidente afastada: os que liberaram recursos para Educação, Previdência, Trabalho e Cultura, diversos órgãos do Executivo, ministérios da Agricultura, Fazenda, Cidades e encargos financeiro da União e Judiciário.
No caso das pedaladas fiscais no Plano Safra de 2015, ao analisar os sucessivos atrasos nos pagamentos ao Banco do Brasil durante o programa de subsídio a agricultores, a perícia desconstruiu a argumentação da defesa de Dilma, que afirmava que o episódio não seria uma operação de crédito - ponto proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal -, mas afirmou que não houve atuação deliberada ou indireta da presidente afastada para que os atrasos ocorressem e persistissem.
"Houve operações de crédito do Tesouro Nacional junto ao Banco do Brasil, conforme as normas contábeis vigentes, em decorrência dos atrasos de pagamento das subvenções concedidas no âmbito do Plano Safra. Em 31 de dezembro de 2014, o valor devido pelo Tesouro ao Banco do Brasil era de 9,51 bilhões de reais e em 15 de dezembro de 2015, de 10,65 bilhões de reais", diz a perícia para, na sequência, concluir: "Pela análise dos dados, dos documentos e das informações relativos ao Plano Safra, não foi identificado ato comissivo da exma. Sra. Presidente da República que tenha contribuído direta ou indiretamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos".

Gleisi diz que prisão de Paulo Bernardo é 'tortura da era moderna'

Gleisi diz que prisão de Paulo Bernardo é 'tortura da era moderna'

Senadora petista afirmou que há um “carnaval midiático” e disse que o ex-ministro vai provar sua inocência

Por: Laryssa Borges, de Brasília - Atualizado em 

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann
Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann(Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena/Folhapress)
Quatro dias após a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, alvo principal da Operação Custo Brasil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do petista, atacou o Ministério Público e o Poder Judiciário e, em discurso no plenário do Senado nesta segunda-feira, disse que a detenção do marido é um exemplo de "tortura da era moderna". De volta ao Congresso, depois de submergir com a prisão de Bernardo, Gleisi criticou o que chamou de "carnaval midiático" e afirmou que o ex-ministro vai provar sua inocência.
Paulo Bernardo foi alvo do primeiro desdobramento da Operação Lava Jato em São Paulo e está envolvido, segundo o MP, no desvio de milhões de reais em contratos de prestação de serviços de informática no Ministério do Planejamento. O ex-vereador petista Alexandre Romano é o pivô da Operação Custo Brasil e o principal delator contra o casal Gleisi-Paulo Bernardo. Conhecido como Chambinho, era ele o responsável por gerenciar a propina oriunda de um contrato milionário da empresa de informática Consist no Ministério do Planejamento. O negócio rendeu comissões da ordem de 100 milhões de reais, dinheiro que, segundo a Polícia Federal, era dividido entre o PT e pessoas ligadas ao partido que haviam facilitado a celebração do contrato (a Paulo Bernardo, sustentam os investigadores, foram destinados 7 milhões de reais).
Em discurso no plenário do Senado, Gleisi Hoffmann fez um histórico de sua carreira política e dos 26 anos de vida partidária, disse que não havia motivos para prender o marido, já que ele tem endereço conhecido, e criticou o fato de seus advogados não terem conhecimento do teor das delações premiadas que os citam como beneficiários de dinheiro sujo.
"Nem em pesadelos eu teria sido capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, para defender o meu marido. Prisão injusta, ilegal, sem fatos, sem prova, sem processo. Aqui estou para apontar uma injustiça sentida na própria pele, o que aflige diariamente milhares de pessoas, homens e mulheres atingidos pelo abuso do poder legal e policial. A prisão de Paulo Bernardo foi um despropósito do princípio ao fim. Prisão preventiva? Prevenir o quê? Qual risco oferecia meu companheiro à ordem pública, à instrução processual, à aplicação da lei?", questionou.
A senadora voltou a vincular a prisão a uma suposta tentativa de influenciar o processo de impeachment que tramita contra a presidente afastada Dilma Rousseff e disse que a detenção do ex-ministro e os mandados de busca e apreensão em endereços dele são "gasto de dinheiro público desnecessário". "Sei das suas virtudes e dos seus defeitos e sei sobretudo o que não faria. Não faria uso do dinheiro alheio para benefício próprio, não admitiria desvio de recursos públicos para sua satisfação ou da família. Tenho certeza que não participou ou se beneficiou de um esquema, como estão acusando. Ele sabe que eu não o perdoaria, que sua mãe não o perdoaria", disse.
"A operação montada para busca e apreensão na nossa casa e para a prisão do Paulo foi surreal. Até helicópteros foram utilizados, força policial armada, muitos carros. Para que isso? Chamar atenção? Demonstração de força? Humilhação? Gasto de dinheiro público desnecessário, é isso. Foi uma clara tentativa de humilhar um ex-ministro nos governos Lula e Dilma. O que vemos é a mesma e repetida seletividade que vem marcando decisões do Ministério Público e de juízes que promovem carnavais midiáticos contra alguns políticos ao mesmo tempo em que protegem e retardam a decisão de outros sobre os quais há provas mais do que suficientes para uma ação contundente e definitiva", continuou a senadora.
Apoiada por parlamentares alinhados à Dilma, Gleisi Hoffmann disse ainda que a transmissão da prisão de Paulo Bernardo por emissoras de TV são um "terror". "O terror continuaria ainda durante boa parte sendo levado de aeroporto em aeroporto, sempre com a presença de câmeras de TV para transmitir ao vivo sua humilhação, a nossa impotência contra a violência, a nossa incapacidade de reação perante decisões meticulosamente anunciadas com o propósito prioritário de proporcionar espetáculo midiático sem confirmação de provas ou indícios concretos que deveriam constar nos autos. Ao longo do dia inteiro eu e meus filhos fomos submetidos a uma outra tortura, tortura da era moderna: a transmissão ao vivo da prisão de uma pessoa querida contra a qual não há prova de transgressão. A tortura atualmente é prender antes, sem provas e só soltar se ela falar algo do interesse dos investigadores", declarou.

Juiz mantém prisão de Paulo Bernardo e demais investigados na Custo Brasil

Juiz mantém prisão de Paulo Bernardo e demais investigados na Custo Brasil

Decisão foi tomada após a oitiva de Guilherme Gonçalves, que seria o operador do ex-ministro no esquema que desviou cerca de R$ 100 mi de contrato do Ministério do Planejamento

Por: Reinaldo Azevedo  
Na VEJA.com:
Alvo da Operação Custo Brasil, o advogado Guilherme Gonçalves, que foi preso ontem após voltar de uma viagem a Portugal, foi ouvido na tarde desta segunda-feira na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. A oitiva de Gonçalves pelo juiz federal Paulo Bueno de Azevedo começou às 14h30 e terminou por volta das 15h30. Depois da audiência do advogado, o juiz decidiu manter presas todas as pessoas detidas na operação, incluindo o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff Paulo Bernardo, o ex-secretário de Gestão do prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) Valter Correia e o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, que se entregou à Justiça na sexta-feira.
“A decisão do juiz da 6ª Vara Criminal foi de que os motivos da prisão preventiva permanecem”, disse o procurador da República Rodrigo de Grandis. Os dez presos pela Custo Brasil, deflagrada na quinta-feira passada, são acusados de participação no esquema de corrupção que desviou cerca de 100 milhões de reais em um contrato de gestão de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento durante a gestão de “PB”, como Bernardo é conhecido, entre 2005 e 2011.
Segundo o procurador, os presos continuarão detidos na sede da Superintendência da Polícia Federal na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, onde deverão ser ouvidos até o fim desta semana. De Grandis acrescentou que o Ministério Público tem “vários elementos” para acusar os investigados. “Não só colaborações premiadas, mas elementos documentais, provas técnicas e e-mails”, afirmou.
O ex-vereador do PT Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, foi o delator do esquema implantado na pasta para rechear os bolsos de Paulo Bernardo e irrigar o caixa dois de campanhas petistas, como as da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ex-ministro. Chambinho listou em seus depoimentos de colaboração à Justiça como petistas das mais diversas matizes embolsaram dinheiro e receberam benesses a partir de favores políticos e desvio de recursos em estatais.
Após a audiência de Gonçalves, seu advogado, Rodrigo Sánchez Rios, disse que seu cliente sempre agiu de forma transparente e que hoje falou ao juiz “sobre a origem dos contratos e os trabalhos que ele prestou para a Consist durante cinco anos”. A Consist é a empresa apontada como responsável pela gestão fraudulenta do esquema de crédito consignado montado no Ministério do Planejamento. “Em nenhum momento, pela perícia que apresentamos, há uma retirada de dinheiro vultoso do escritório destinado a algum servidor público”, disse Rios.
O advogado de Guilherme Gonçalves informou que amanhã deverá apresentar ao juiz um pedido de soltura junto de contratos entre o escritório de Gonçalves e a Consist. “A defesa insiste que isso [a prisão] é desproporcional e desnecessário. Não há nenhum dado que prove que, eventualmente, esse valor recebido por um advogado tenha sido repassado para um servidor público.”

Vídeo – Magno Malta quebra pose do PT de defensor dos pobres

Vídeo – Magno Malta quebra pose do PT de defensor dos pobres

"Tiveram 13 anos para taxar grandes fortunas, mas como é que vão taxar os amigos?"

Por: Felipe Moura Brasil  
Magno Malta (PR-ES) quebrou mais uma vez a pose de defensores dos pobres ostentada por petistas.
Em sessão desta segunda-feira (27) da comissão do impeachment, o senador ridicularizou a proposta de Lindbergh Farias (PT-RJ) de taxar grandes fortunas, mostrando que elas pertencem aos comparsas do PT no esquema de corrupção de Petrobras, como os empreiteiros de Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão.
“Tiveram 13 anos para taxar grandes fortunas, mas… como é que vão taxar os amigos?”
Malta também questionou “se essa gente sabe realmente o que é pobre”.
“Eu sou filho de uma faxineira lá do interior da Bahia e eu sei realmente o que é pobreza.”
O senador ainda rebateu as alegações de que Dilma tem “mãos limpas”, lembrando que as acusações de Nestor Cerveró e Marcelo Odebrecht apontam o contrário.
“Tudo isso virá em seguida dentro de um processo investigativo”, disse Malta, alertando que os petistas vão chorar lágrimas de sangue quando Dilma for afastada em definitivo.
Assista à edição deste blog.

Vídeo – Janaína Paschoal se impõe contra Lindbergh

Vídeo – Janaína Paschoal se impõe contra Lindbergh

"Como petistas têm vassalos, e não orientandos, exigem que os outros se ajoelhem"

Por: Felipe Moura Brasil  
Janaína Paschoal se impôs mais uma vez contra Lindbergh Farias (PT-RJ) na comissão do impeachment.
O senador petista havia dito que estranhou o fato de o juiz que decretou a prisão de Paulo Bernardo ser orientado em pesquisa na USP pela coautora do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.
Na sessão desta segunda-feira (27), a advogada rebateu a insinuação de “Lindinho” alegando que o juiz toma suas decisões de acordo com a sua própria consciência.
Para arrematar tamanha obviedade e mostrar que o PT tenta medi-la com a régua do partido, Janaína saiu-se com uma frase memorável:
“Como os petistas têm vassalos, e não orientandos, eles exigem que os outros se ajoelhem diante deles.”
Assista.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Júlio Marcelo e as pedaladas de Dilma: "Uma fraude se caracteriza justamente pela dissimulação"

Júlio Marcelo e as pedaladas de Dilma: "Uma fraude se caracteriza justamente pela dissimulação"


Os peritos do Senado não encontraram participação de Dilma Rousseff nas pedaladas fiscais. Fomos ouvir, então, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira sobre a conclusão da perícia encomendada pelos defensores da petista:
"Evidente que a perícia não iria encontrar um ato da Presidente na 'pedalada' junto ao Banco do Brasil. Isso já havia sido até dito e explicado. Os motivos que levaram o TCU a repudiar os empréstimos ilegais feitos de maneira forçada junto ao Banco do Brasil, BNDES e Caixa não foram atos ostensivamente praticados pela presidente ou seus auxiliares, mas a falta de atos, justamente a omissão de pagamentos devidos aos bancos federais. Uma fraude se caracteriza justamente pela dissimulação, pela obtenção de efeitos proibidos sem a prática ostensiva do ato que produziria tal efeito. Exatamente por configurar uma fraude, com maquiagem das estatísticas fiscais, em escala bilionária, não se poderia imaginar que tamanha manobra pudesse ocorrer sem o conhecimento pleno e anuência de sua principal beneficiária. Essa foi a convicção que levou os ministros do TCU a, de forma unânime, emitirem um parecer pela rejeição das contas em 2014, por irregularidades que, em essência, se repetiram em 2015."
Júlio Marcelo de Oliveira é cristalino, para desespero dos bandidos da política, não importa o partido a que pertençam.

Pedaladas: Dilma foi omissa e omissão é crime


A interpretação da conclusão da perícia do Senado sobre a não participação direta ou indireta de Dilma Rousseff nas pedaladas fiscais é simplesmente ridícula.
Dilma Rousseff foi omissa em relação aos empréstimos ilegais de bancos estatais ao Tesouro.
Omissão também configura crime de responsabilidade.

EXCLUSIVO: CUSTO BRASIL SE APROXIMA DE DILMA

EXCLUSIVO: CUSTO BRASIL SE APROXIMA DE DILMA


Em 2012, a imprensa noticiou que Dilma Rousseff queria implementar um sistema de gestão online para acompanhamento das obras no país. "É revolucionário", dizia-se.
Testes já estavam sendo feitos pela Casa Civil sob comando de Gleisi Hoffmann. A ideia propagandeada por Dilma havia partido de Carlos Gabas, seu motoqueiro.
Os investigadores agora suspeitam de que Dilma, Gabas e Gleisi atuavam coordenados para beneficiar a Consist num contrato bilionário.
Em e-mail apreendido pela Policia Federal, Pablo Kipersmit, sócio da Consist, fala com Emmanuel Dantas, da Consucred, sobre a necessidade de marcarem uma reunião com "G" -- que a PF suspeita ser Gabas.
Emmanuel diz: "A pessoa dele 'G' quer ter uma reunião com você a agente (sic), aí em SP". Kipersmit responde: "Se ele vem (sic) próximo do horário do almoço prepararemos um serviço especial (vip), ok?"
No e-mail, segue anexa notícia do Valor de 22 de fevereiro sobre o projeto "Big Brother" de Dilma para obras do PAC.
O Antagonista sabe que a Operação Custo Brasil tem o potencial de uma bomba atômica. É só o começo.

DELATOR INCLUI PMDB NA CUSTO BRASIL


Na mesma delação, Alexandre Romano também fala da relação da Consucred com o PMDB. A Consucred teria perdido espaço nos contratos de crédito consignado para a Consist, ligada ao PT.
Apesar da disputa, os empresários acabaram chegando a um acordo para a distribuição da propina.
Joaquim Maranhão e Emanuel Dantas do Nascimento, sócios da Consucred, foram presos na Operação Custo Brasil.

A ORIGEM DO ESQUEMA DA CUSTO BRASIL

Em sua delação premiada, Alexandre Romano detalhou a origem do esquema Consist no Ministério do Planejamento e a participação do ex-ministro Carlos Gabas e do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.
Romano relata uma reunião na sede do PT em Brasília, na sala de Ferreira. Foi na reunião que ficaram acertados os percentuais de 5% para Gabas e 5% para Duvanier Paiva, então secretário de Paulo Bernardo e já falecido.

Em organograma do crime, Gleisi é 'GH'

Gleisi Hoffmann é identificada em organograma montado pela Polícia Federal com base nas investigações da Operação Custo Brasil. A senadora petista é GH e seu marido Paulo Bernardo, claro, o PB.
A estrela vermelha está lá. É bastante ilustrativo em relação ao que O Antagonista já publicou ao longo da tarde com exclusividade.

O faz-tudo de PB e Gleisi

Em diversas planilhas de pagamentos de despesas de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, aparece o nome do petista Hernany Bruno Mascarenhas.
Em e-mail a Marcelo Maran, o advogado-lobista Guilherme Gonçalves trata do pagamento do 13o de Hernany, uma espécie de faz-tudo de Gleisi e Paulo Bernardo, quando ambos eram ministros de Dilma Rousseff.
“Ele é meio mala, mas está me dando uma PUTA tranquilidade em relação a Manuela, e está sendo eficiente quando os ministros precisam – e isso não tem o que pague!.”
A eficiência deve ser recompensada.

A CONTABILIDADE ILEGAL DE GLEISI

Em e-mail de Marcelo Maran ao advogado-lobista Guilherme Gonçalves, outra planilha com o detalhamento da contabilidade ilegal de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo.
Maran, homem de confiança de Guilherme, repassa instruções sobre a aplicação da propina. "Segunda parcela da Consist já coloquei num fundo de investimentos, como conversamos. A primeira deve ser honorário do ELEITORAL Gleisi."

EXCLUSIVO: ESQUEMA CONSIST BANCOU ELEIÇÃO DE GLEISI

Planilhas obtidas pela Polícia Federal no computador do advogado Guilherme Gonçalves indicam que, além de despesas pessoais de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, o esquema de propina da Consist bancou a campanha da petista ao Senado, em 2010.
Já se sabia do pagamento de funcionários do casal e repasses a Zeno Minuzzo, então tesoureiro do PT paranaense. Agora, surgem evidências de que o dinheiro também pagou despesas eleitorais de Gleisi.
Segundo a PF, 20% do líquido pago pela Consist ao escritório de Guilherme Gonçalves foi repassado mensalmente ao "eleitoral".
A planilha consta do inquérito da Operação Custo Brasil, obtido com exclusividade por O Antagonista. Os investigadores, porém, não puderam aprofundar a investigação por causa do foro privilegiado da petista.

O CONSIGNADO DE REQUIÃO

O Antagonista sabe que Roberto Requião foi responsável por implementar o empréstimo consignado para os servidores públicos do Paraná, em 2007.
O responsável por operacionalizar o sistema foi Guilherme Gonçalves, preso na Operação Custo Brasil pelo esquema da Consist de... empréstimo consignado.

Janaína x Lindbergh

Lindinho havia afirmadoque estranhava o fato de o juiz que decretou a prisão de Paulo Bernardo ser orientado por Janaína Paschoal em uma pesquisa na USP.
A advogada respondeu há pouco, na comissão do impeachment, dizendo o óbvio: o juiz pensa com a própria cabeça.
“Como os petistas têm vassalos, e não orientandos, eles exigem que os outros se ajoelhem diante deles.”

Exclusivo: PB levou esquema para as Comunicações

Em outro termo de depoimento de Alexandre Romano, o delator revelou que contratou o advogado Guilherme Gonçalves para elaborar uma minuta de portaria do Ministério das Comunicações, já na gestão de Paulo Bernardo.
Segundo a PF, a iniciativa "indica claramente a tentativa de prática de novos negócios com pagamentos ilícitos em outro ministério".
Chambinho disse que o objetivo era "agilizar o pedido de autorização de transmissão digital pela Jovem Pan em Brasília, para que não ficasse uma transmissão pirata".
"A minuta de decreto sobre implementação de sistema de rádio digital, apreendida em poder de Guilherme Gonçalves, é a minuta que o depoente queria aprovar junto ao Ministério das Comunicações no negócio envolvendo a rádio digital; que a minuta foi escrita por Guilherme Gonçalves; que o depoente tinha interesse na Jovem Pan porque esta empresa usava a tecnologia de uma empresa do depoente."

Delator pagou advogado, motorista e assessor de PB

Em outro trecho da colaboração de Alexandre Romano, o delator reforça o papel de Paulo Bernardo na aprovação do 'acordo de cooperação técnica' com a Consist.
Ele diz que João Vaccari lhe contou sobre os percentuais devidos a PB que deveriam ser pagos por meio do advogado Guilherme Gonçalves -- que, por sua vez, remunerava o motorista do ministro e um assessor chamado "Zeno". No caso, Zeno Minuzo, ex-tesoureiro do PT do Paraná.
"QUE GUILHERME GONÇALVES disse ao depoente que 80% do valor que recebia da CONSIST repassava a PAULO BERNARDO e que ficava com os 20% restantes; QUE dentro destes 80%, GUILHERME GONÇALVES também pagava duas pessoas: um motorista e também um assessor de PAULO BERNARDO chamado "ZENO"; QUE não sabe di/.er o nome do motorista; QUE GUILHERME recebia valores da CONSIST pela GUILHERME GONÇALVES ADVOGADOS ASSOCIADOS; QUE GUILHERME comentou que tinha outros sócios no escritório, mas que esse valor não entrava na divisão do escritório."

EXCLUSIVO: REQUIÃO SURGE NA CUSTO BRASIL

Na semana passada, o senador Roberto Requião saiu em defesa do casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Ele disse que a prisão de PB era uma tentativa de “desmoralizar o Senado”.
Dá para entender a indignação de Requião.
Numa troca de emails, obtida com exclusividade por O Antagonista, um executivo da Consit comenta com um dos sócios da empresa sobre conversas com o advogado Guilherme Gonçalves, preso na Operação Custo Brasil – acusado de receber propina para PB.
Gonçalves é identificado pela turma da Consist como “advogado-lobista” e estaria disposto a ajudar “em algumas negociações” com as estatais paranaenses Celepar, Copel e Sanepar, na gestão Requião.
“O Dr. Guilherme Gonçalves me informou ser muito próximo ao Governador, por ser seu advogado político, e que existe muita confiança entre eles.”
Como tem foro privilegiado, a PF e o MPF não aprofundaram a investigação sobre Requião. Caberá à PGR e ao STF.

Exclusivo: Empresário reclama de divisão da propina

Em outro email anexado ao inquérito da Operação Custo Brasil, o empresário Joaquim Maranhão – também preso na semana passada – reclama de ter que dividir a propina com “mais pessoas”, mantendo a participação de Alexandre Romano.
“O tempo passa e as pessoas vão sendo substituídas e o Alexandre fazendo acordos e nos trazendo mais despesas (…) toda vez que entra mais pessoas, nós dividimos a conta com ele, preservando sempre a sua participação. Não aceito nenhum desconto a mais que combinamos.”
Trato é trato.

Exclusivo: A propina na troca de Paulinho por Vaccari

Em seu termo de colaboração 31, obtido por O Antagonista, o delator Alexandre Romano confirma que operava a propina para o PT.
Ele diz também que Paulo Ferreira, ao deixar o cargo de tesoureiro, lhe disse para procurar João Vaccari, a fim de "acertar os valores referentes ao contrato da Consist".
Alexandre Romano, o Chambinho, também conta que lhe impuseram o seguinte:
"Em relação a tudo que o depoente recebesse, um 1/3 seria destinado para o advogado que representava Paulo Bernardo, e que quanto aos 2/3 restantes, 90% seriam para o PT e 10% para o depoente".

Exclusivo: A propina na troca de Paulinho por Vaccari

Em seu termo de colaboração 31, obtido por O Antagonista, o delator Alexandre Romano confirma que operava a propina para o PT.
Ele diz também que Paulo Ferreira, ao deixar o cargo de tesoureiro, lhe disse para procurar João Vaccari, a fim de “acertar os valores referentes ao contrato da Consist”.
Alexandre Romano, o Chambinho, também conta que lhe impuseram o seguinte:
“Em relação a tudo que o depoente recebesse, um 1/3 seria destinado para o advogado que representava Paulo Bernardo, e que quanto aos 2/3 restantes, 90% seriam para o PT e 10% para o depoente”.
Acabou a acareação entre Bumlai e Delúbio Soares.
Delúbio será preso novamente.
Ele disse que não se lembrava do encontro em que foi acertado o empréstimo forjado de 12 milhões de reais do Banco Schahin a Bumlai.
Bumlai respondeu:
"Sinto muito, Delúbio. Você diz que não, mas você estava lá e não houve dúvida de que o dinheiro era para o PT."
No relatório policial da Operação Custo Brasil, obtido com exclusividade por O Antagonista, a PF destaca outro email em que Paulo Kipersmit, da Consist, recomenda a seu sócio Natalio S. Friedman que conheça Alexandre Romano, por suas "ligações com o PT"...
No relatório policial da Operação Custo Brasil, obtido com exclusividade por O Antagonista, há um email para o presidente da Consist, Pablo Kipersmit, indicando que a propina desviada do contrato com o Planejamento era dividida em dois grupos...
O Antagonista teve acesso exclusivo ao inquérito da Operação Custo Brasil, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann...

Gleisi vai ser canonizada

Pela primeira vez desde a prisão de Paulo Bernardo, Gleisi Hoffmann sobe à tribuna do Senado.
Os companheiros apresentam uma longa lista de elogios à mulher de PB…
“Combativa, disciplinada, estudiosa…”, disse Lindbergh.
Talvez ela seja canonizada até o fim da sessão.

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022     IBGE passará a notificar condomínios e cogita recorrer a medidas judiciai...