A delação e as delações
O Antagonista continua desconfiado da maneira como foi feita a delação de Sérgio Machado na PGR e sua homologação pelo STF.
Lauro Jardim disse que a delação de Danielle Fonteles, da Pepper, subiu no telhado após as revelações, muito mais importantes, de Benedito de Oliveira, sobre o esquema corrupto gerenciado por Fernando Pimentel.
A exigência por informações relevantes para a investigação fez com que o MPF em Curitiba, por exemplo, recusasse a proposta de delação de Renato Duque.
Da mesma forma, o MPF vem cobrando informações fortes de Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro.
Está clara a diferença de parâmetro no caso de Machado, cuja delação parece servir mais para constranger a cúpula do PMDB e o governo de Michel Temer.
O melhor antídoto contra o "golpe"
Deltan Dallagnol fez palestra na Universidade de Oxford.
A atuação dos jovens procuradores da Lava Jato no exterior tem sido o melhor antídoto contra a "narrativa do golpe" inventada pelo PT.
"A ideia da leniência foi minha"
Roberto Podval aproveitou o contato com O Antagonista para dizer que a ideia da leniência partidária não partiu de João Vaccari Neto ou de José Dirceu.
"A ideia da leniência foi minha", diz Podval. "Eu conversei com o Zé sobre isso. Mas ele, particularmente, não se beneficia da lei. Talvez o Vaccari possa colaborar, já que era o tesoureiro do PT."
Para o advogado, "A Lava Jato fez um "trabalho importantíssimo para desconstruir o atual sistema político. Agora, precisamos pensar em como reconstruí-lo".
"A leniência partidária não significa impunidade. Vamos punir e processar quem enriqueceu, quem usou dinheiro sujo para campanha deve pagar uma multa. É mais ou menos o que aconteceu com a lei de repatriação de ativos. Uma ideia polêmica que acabou sendo aceita por muitos países desenvolvidos e até pelo Brasil. Hoje, o sujeito traz o dinheiro de volta, paga uma multa e legaliza o recurso. É bom para a economia."
Exclusivo: Dirceu pede novo indulto ao STF
A defesa de José Dirceu protocolou no STF um novo pedido de indulto ao ex-ministro em relação à pena do mensalão. Em fevereiro, o ministro Luís Barroso negou o primeiro pedido - até que Dirceu fosse condenado na Lava Jato.
Com a sentença de Sérgio Moro, que considerou Dirceu réu primário, o advogado Roberto Podval recorreu. Barroso já despachou o caso para análise do Conselho Penitenciário do Distrito Federal.
No processo de Dirceu na Lava Jato, Podval conseguiu provar que os recursos do petrolão foram recebidos pelo ex-ministro antes do trânsito em julgado do mensalão. Moro concordou com a tese.
"Essa foi nossa grande vitória, apesar da condenação de Dirceu. Como réu primário, ele tem direito ao indulto", disse Podval a O Antagonista.
STJ julgará habeas corpus de Dirceu
Falando de José Dirceu, o STJ julgará na terça-feira outro habeas corpus de José Dirceu.
O Antagonista apurou que é praticamente nula a chance de o pedido ser aceito.
Supremo atraso
Teori Zavascki já arquivou os recursos de Lula para evitar que suas investigações voltem para Curitiba?
Foi o atraso no envio de processos (eletrônicos) que permitiu ao petista recorrer e impedir que Sérgio Moro retomasse as investigações essa semana.
Seja rápido, Teori. Ou vamos achar que foi um atraso calculado.
Leniência do PT é inviável
A ideia de submeter o PT a um eventual acordo de leniência pressupõe a aplicação da Lei Anticorrupção (12.846/13), que exige do partido a responsabilização de seus dirigentes.
A lógica da lei é de que 'as pessoas passam, mas o partido fica'. Para se salvar, portanto, o PT teria de entregar Lula.
O acordo de leniência do PT é inviável.
PGR denuncia Henrique Alves
A PGR denunciou ao Supremo o agora ex-ministro Henrique Alves por suspeita de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A denúncia tem como base informações repassadas pelo MP suíço referente a uma conta secreta com mais de R$ 2,8 milhões.
Leniência de partidos já seduz PMDB
Com o estrago causado pela delação de Sérgio Machado, o comando do PMDB já começa a simpatizar com a ideia da leniência partidária - lançada pelo PT.
Segundo fontes da legenda ouvidas por O Antagonista, a criminalização do caixa 1 pela Lava Jato criou um cenário imprevisível. "Se doações oficiais são propina, não sobrará um partido", diz um desses caciques.
A saída já está sendo analisada pelo departamento jurídico do PMDB. Aos olhos da Lei Anticorrupção, partidos políticos devem ser vistos como pessoas jurídicas privadas para terem o direito à leniência.
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