Operação Lava Jato
Machado aponta Temer e outros 20 políticos em propinas da Transpetro
15/06/2016, 14h10
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Em delação premiada, ex-presidente da Transpetro fez 13 depoimentos explosivos que pegam os cardeais do PMDB e políticos de outros partidos
Em sua delação premiada na Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado listou os nomes de 20 políticos que teriam recebido propinas no esquema de corrupção na subsidiária da Petrobrás e também o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) que, segundo o delator, teria pedido a ele recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita (à época no PMDB) à Prefeitura de São Paulo em 2012.
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Segundo o delator, todos os políticos citados por ele “sabiam” do funcionamento do esquema de corrupção capitaneado por ele na estatal e “embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam, ao procurarem o depoente, não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro”. Ainda segundo Machado, nenhuma das doações solicitada por ele às empresas era lícita.
De acordo com Machado, empreiteiras que mantinham contrato com a estatal realizavam pagamentos mensais de propinas para políticos, parte por meio de entrega de dinheiro vivo e parte por meio de doações oficiais como forma de garantir os contratos com a estatal que era área de influência do PMDB. O delator assumiu a presidência da estatal em 2003, por indicação do
todos da cúpula do PMDB e que foram beneficiados com propinas do esquema .
- presidente do Senado Renan Calheiros,
- dos senadores Jader Barbalho,
- Romero Jucá e
- Edison Lobão e do
- ex-presidente José Sarney,
todos da cúpula do PMDB e que foram beneficiados com propinas do esquema .
Ele admitiu ainda que administrava a estatal visando “extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço” e que outros políticos, além dos responsáveis por sua indicação ao cargo, também se beneficiaram do esquema criminoso.
“O depoente também repassou propina, via doação oficial, para os seguintes:
- Cândido Vaccarezza (PT),
- Jandira Feghali (PC do B),
- Luis Sérgio (PT),
- Edson Santos (PT),
- Francisco Dornelles (PP),
- Henrique Eduardo Alves (PMDB),
- Ideli Salvatti (PT);
- Jorge Bittar (PT),
- Garibaldi Alves (PMDB),
- Valter Alves,
- José Agripino Maia (DEM),
- Felipe Maia (DEM),
- Sergio Guerra (PSDB, morto em 2014),
- Heráclito Fortes (PMDB),
- Valdir Raupp (PMDB);
- que Michel Temer pediu ao depoente que obtivesse doações oficiais para Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo”.
Em delação premiada, Sérgio Machado envolveu diretamente o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e outros 20 políticos em propinas da estatal. O delator revelou uma suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), para abastecer, em 2012, a campanha do então candidato Gabriel Chalita (PMDB) para a Prefeitura de São Paulo.
“O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita”, revelou Machado à Procuradoria-Geral da República.
De acordo com o delator, Michel Temer lhe disse que estava com problema no financiamento da candidatura do Gabriel Chalita e perguntou se ele poderia ajudar.
“O depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial no valor de R$ 1,5 milhão.”
O delator apontou o nome de uma empreiteira que teria feito repasse. “Ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão; que a empresa que fez a doação – no valor ajustado – foi a Queiroz Galvão.”
COM A PALAVRA, MICHEL TEMER
Em toda vida pública, o presidente em exercício Michel Temer sempre respeitou os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais. Jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que apoiou em disputas. É absolutamente inverídica a versão de que teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado – pessoa com quem mantinha relacionamento apenas formal e sem nenhuma proximidade.
COM A PALAVRA, GABRIEL CHALITA
O ex-deputado e ex-secretário municipal de Educação de São Paulo Gabriel Chalita (PDT) divulgou nota afirmando que não pediu recursos ou qualquer tipo de auxílio ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado para sua campanha à Prefeitura paulistana em 2012, época em que era filiado ao PMDB. “Esclareço, ainda, que todos os recursos recebidos na minha campanha foram legais, fiscalizados e aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral”, escreveu Chalita.
COM A PALAVRA, A QUEIROZ GALVÃO
A Queiroz Galvão informa que não comenta investigações em andamento. A Queiroz Galvão informa ainda que as doações eleitorais obedecem a legislação.
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