sábado, 11 de junho de 2016

Castelo de cartas

Castelo de cartas
10.06.16 - 19h30


Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado deixa em situação delicadíssima os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Os dois serão dos mais encrencados pelos relatos do ex-executivo. Dificilmente escaparão de um pedido de condenação com prisão. Machado explica minuciosamente como supostamente repassava dinheiro fruto de propina para ambos. Esmiuçando o que o ex-senador Delcídio do Amaral contou por alto em sua colaboração. Eles negaram as acusações.
Olha a algema…
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava convencido de que o ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Lava Jato, Teori Zavascki, fosse acatar prontamente seus pedidos de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do senador Romero Jucá e do ex-presidente José Sarney, todos do PMDB.

…é mentira
Logo depois do envio do pedido da Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, agentes da Polícia Federal chegaram a ficar alguns dias de sobreaviso. Estavam esperando cumprimento de ordens importantíssimas. Mas elas nunca chegaram.
Pão e água
A presidente afastada, Dilma Rousseff, acha que o arrocho promovido pelo governo Temer nos gastos do Palácio do Alvorada, onde ela mora, é uma retaliação, uma tentativa de desestabilizar e neutralizar uma eventual reação petista, segundo auxiliares.
Pente fino
Na segunda-feira 13, o Tribunal de Contas da União começará auditoria nos contratos de publicidade firmados durante este mandato de Dilma Rousseff. Vão apurar quais os critérios utilizados pela Secom para partilhar o bolo publicitário entre as mídias.
Pente fino 2
A petista pode ter dor de cabeça caso fique comprovado que a escolha dos meios de comunicação ou o montante destinado a cada um deles não foi técnica, nem compatível com o alcance estratégico de divulgação necessário de ações e marcas do governo federal.
Espelho…
O Instituto Análise, que já tem contrato com a Presidência da República, está levando a campo uma pesquisa qualitativa sobre o governo do presidente interino, Michel Temer. Querem captar o estado de espírito dos brasileiros e tomar a temperatura do ambiente dos primeiros dias sob o comando da nova equipe.
…espelho meu
Após a divulgação da pesquisa quantitativa da CNT/MDA, nesta semana, auxiliares do presidente se animaram. Temer é desconhecido por boa parte dos brasileiros e, por isso, consideraram haver espaço para que ele conquiste novos apoiadores pelo Brasil.
Falta concorrência
O acordo de transporte marítimo assinado entre Brasil e Chile em 1974, que vem causando prejuízos para empresários dos dois países, será tema de uma reunião entre o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e Hermann Von Mülenbrock, da Sofofa, entidade empresarial do Chile. O tratado estabelece que somente navios de bandeiras chilena e brasileira podem operar na rota entre os dois países e isso afeta mais da metade do comércio bilateral. Hoje, o valor do quilômetro do Chile para China é 30% mais barato do que no trajeto Chile-Brasil. O pleito será levado a José Serra, do Itamaraty.
A casa caiu
A Polícia Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) estão testando a versão comercial do software Orbis, desenvolvido pelo serviço de inteligência britânico. Entre outras funções, o sistema é capaz de captar uma conversa grampeada e transformá-la em texto em tempo real. O investigador pode ir recebendo as transcrições até pelo smartphone.
Toma lá dá cá
ELISEU PADILHA, MINISTRO DA CASA CIVIL
ISTOÉ – Qual é hoje o tema que mais causa preocupação para a Casa Civil?
Padilha – Não diria mais preocupação, mas os mais trabalhosos: reformas, como a Previdenciária. Porque o governo não vai apresentar uma proposta. Vamos construir juntos com a sociedade e entidades. Mas quem vier com propostas, vai ter que apresentar a sustentabilidade dela.
ISTOÉ – Ministros e parlamentares reclamam da demora nas nomeações.
Padilha – Normal, está congestionado. É porque depende de um sistema de pesquisa para saber se não tem nenhuma contestação sobre os indicados. Por isso que demorou, por exemplo, para sair a nomeação da secretária de Política para Mulheres (Fátima Pelaes).

Rápidas
* Em questões que não têm relação com o impeachment, Dilma será defendida por Alberto Toron, um dos maiores criminalistas do País. Ele não cobrará. Já o ex-ministro José Eduardo Cardozo será atendido pelo incensado Pierpaolo Bottini.
* No projeto de lei sobre as Agências Reguladoras que o governo Temer deve enviar ao Congresso constarão propostas para adotar um padrão de fiscalização e regulação comum a todas as entidades. Hoje, os métodos são diferentes entre elas.
* Um dos trechos dos áudios gravados por Sérgio Machado que mais irritou o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, foi o que delineou a disposição dos peemedebistas em propor mudanças na legislação para dificultar investigações.
* Ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra é alvo de ataques na internet por sua postura antidrogas. Mas muitos internautas se confundem e ilustram as críticas com a foto do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Terra se diverte.
Retrato falado
Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, reuniu-se com uma dezena de ministros cujas pastas estão ligadas aos jogos olímpicos nesta semana. Na conversa, ele aplicou um choque de realidade na turma. Afirmou que todos os jogos olímpicos recentes tinham real risco de sofrer atentados terroristas e que no Brasil isso não era diferente. Mas frisou que o país está preparado para garantir a segurança dos atletas e espectadores.

Ricardo Botelho/Brazil Photo Press/Folhapress
Tête-à-tête
A entrevista que Gisele Bündchen fez com o ministro José Serra no Itamaraty, terça, durou uma hora e meia. A top gostou da pensata do chanceler que diz: “A política é a arte de ampliar os limites conhecidos do possível”. Após conversarem sobre questões ambientais para o programa do canal National Geographic, passearam pelo Palácio. Falaram sobre teatro e poesia.

Tête-à-tête 2
Serra contou para Gisele uma história pessoal sobre a mudança na cultura do desmatamento. O ministro disse que, dia desses, foi visitar sua netinha de oito anos e ela estava chorando. Ao perguntar o que havia acontecido, triste, ela respondeu: “A floresta amazônica vai acabar”.


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