JBS
Temer reassumiu PMDB para ‘controlar recursos’, diz Machado
15/06/2016, 16h20
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Doação de R$ 40 milhões do grupo JBS a senadores do PMDB, em 2014, a pedido do PT, provocou ciumeira de parlamentares da legenda na Câmara, forçando intervenção do hoje presidente em exercício, segundo delator da Lava Jato

O presidente em exercício Michel Temer deixa a casa oficial do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (à dir.), após reunião em que também participaram o senador Romero Jucá (à esq.) e o presidente do (PMDB-BA) Geddel Vieira Lima (ao fundo), em Brasilia (DF). Foto: Wilton Júnior/Estadão
Em um dos termos de sua delação, denominado ‘acordo PMDB-PT’, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) reassumiu a presidência da legenda, em 2014, para ‘controlar a destinação dos recursos do partido’. Sérgio Machado narrou uma suposta reclamação da bancada peemedebista na Câmara sobre uma doação de R$ 40 milhões do grupo alimentício JBS aos senadores do partido.
O depoimento de Sérgio Machado foi prestado em 6 de maio.
“Essa informação chegou ao conhecimento da bancada do PMDB na Câmara; que bancada da Câmara foi se queixou a Michel Temer; que esse fato fez com que Michel Temer reassumisse a presidência do PMDB visando controlar a destinação dos recursos do partido; que o depoente não sabe dizer se o grupo JBS obteve algum favorecimento em troca dessa doação”, relatou.
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A doação milionária para o PMDB teria sido pedida pelo PT, segundo Sérgio Machado, para as eleições de 2014. À época, PT e PMDB eram unha e carne e disputavam juntos a Presidência da República, com a petista Dilma Rousseff e o peemedebista Michel Temer.
“O depoente ouviu de diversos senadores nas reuniões na casa do Renan que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões; que essa informação foi posteriormente confirmada ao depoente pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, ou seja, que este grupo empresarial iria fazer doações no valor de R$ 40 milhões à bancada do Senado do PMDB, a pedido do PT, nas eleições de 2014”, relatou Sérgio Machado.
“Esse valor era apenas para a bancada do senado; que essa doação seria fei por meio da JBS; que, no que diz respeito ao PMDB, seriam conte lados por doações da JBS diversos senadores, dentre os quais: Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião e outros; que não sabe dizer quem do PT receberia esse apoio da JBS.”
A reportagem pediu manifestação de Temer por e-mail encaminhado à sua assessoria. O espaço está aberto para o presidente.
A reportagem também enviou e-mail para a assessoria da JBS e aguarda manifestação.
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