"Dilma tinha todas as informações de Pasadena"
A íntegra da delação de Nestor Cerveró confirma anotações do ex-diretor, vazadas meses atrás, de que "Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a Refinaria de Pasadena".
Cerveró ressalta que o Conselho de Administração da Petrobras, então presidido por Dilma, "não aprova temas com base em resumo executivo", como sempre alegou a petista.
O ex-diretor denuncia ainda que as comissões internas criadas para investigar o caso tiveram como único propósito "eximir de responsabilidade o Conselho de Administração e especialmente Dilma Rousseff".
Cerveró: Renan reclamou de falta de propina
No termo de colaboração 28, Nestor Cerveró detalha as negociações de propina na BR Distribuidora. Como mostra o Estadão, o ex-diretor diz que Renan Calheiros chegou a reclamar com ele da falta de repasse de propina.
"Em 2012, o declarante (Nestor Cerveró) foi chamado no gabinete de Renan Calheiros no Senado Federal. Na ocasião, Renan Calheiros reclamou da falta de repasse de propina por parte do declarante. O declarante explicou que não estava arrecadando propina na BR Distribuidora; que então Renan Calheiros disse que a partir de então deixava de prestar apoio político ao declarante; que no entanto, o declarante permaneceu na Diretoria Financeira e de Serviços, da BR Distribuidora."
A íntegra da delação de Cerveró
Confira aqui a íntegra da delação de Nestor Cerveró, tornada pública hoje pelo STF.
Lobão, Cunha e Alves receberiam propina em Manguinhos
Em sua delação, Nestor Cerveró revela que, em 2013, José de Lima Andrade Neto, presidente da BR Distribuidora, contou que foi procurado por Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves.
Os parlamentares faziam gestões para que a estatal comprasse a refinaria de Manguinhos, do empresário Ricardo Magro. Também ligou para Neto o senador Edson Lobão.
"Ele mencionou que a pressão de Lobão estava muito forte", disse Cerveró, que imaginava haver "algum negócio" de Cunha e Alves "com o grupo ligado a Marcelo Sereno", ex-assessor de José Dirceu.
Não havia razão para a compra de Manguinhos. A refinaria fica próxima à Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) e tem vários processos por adulteração de combustível.
Cerveró e os demais diretores resolveram criar "um grupo de estudos na Petrobras", para "tentar se desvencilhar do negócio".
Segundo o delator, "a compra da refinaria foi motivada por valores de propinas que seriam recebidas. Que, ao final, o negócio não saiu", por causa da deflagração da Lava Jato.
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