sexta-feira, 3 de junho de 2016

Ex-chefe de Fiscalização da Receita é preso na Operação Esfinge

Ex-chefe de Fiscalização da Receita é preso na Operação Esfinge

POR JULIA AFFONSO, MATEUS COUTINHO E FAUSTO MACEDO
03/06/2016, 13h28
25
Marcelo Fisch é suspeito de corrupção; são investigadas fraudes em contratos que movimentaram mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação da Casa da Moeda
Operação Esfinge. Foto: PF
Operação Esfinge. Foto: PF
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 3, a Operação Esfinge que investiga um grupo que teria praticado fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio. São investigadas fraudes em contratos que movimentaram mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação da Casa da Moeda. A PF estima que o grupo tenha movimentado mais de R$ 70 milhões em propina.
As prisões preventivas foram decretadas em desfavor de Marcelo Fisch, auditor-fiscal e ex-chefe de Fiscalização da Receita, e de sua mulher. Segundo a PF, o casal foi indiciado e denunciado por crimes de corrupção ativa e passiva.
Cerca de 30 policiais federais e doze servidores da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda cumprem, em São Paulo e Brasília, 2 mandados de prisão preventiva e 5 mandados de busca e apreensão, em escritórios e residências dos integrantes do grupo criminoso. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A ação está sendo realizada em conjunto com Ministério da Fazenda e o Ministério Público Federal.
Segundo a PF, um dos alvos da Esfinge é um escritório de consultoria, que recebeu cerca de R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude à licitação na Casa da Moeda. As investigações apontam que esse escritório recebeu o valor, sem prestar os serviços contratados. A PF informou que o escritório teria servido de fachada para intermediar o pagamento de propina aos envolvidos no esquema.
Também foi investigada, por suspeita de fraude, uma licitação da Casa da Moeda. O faturamento desse contrato, nos últimos seis anos, ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões. O objeto contratado era o Sistema de Controle da Produção de Bebida (SICOBE), relacionado à instalação de equipamentos contadores de produção, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras). O sistema também realiza o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos, e os remete à Receita Federal, para fins de tributação.
A Operação Esfinge é um desdobramento da Operação Vícios da PF, que no ano passado cumpriu mandados de busca em 23 endereços ligados aos investigados, incluindo gabinetes do edifício sede da Receita Federal, em Brasília, e na Casa da Moeda do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022

SP lidera taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022     IBGE passará a notificar condomínios e cogita recorrer a medidas judiciai...