quarta-feira, 1 de junho de 2016

PAINEL

Integrantes da equipe econômica admitem fixar prazo para teto nos gastos públicos

POR PAINEL
Teto de zinco Integrantes da equipe econômica admitem, nos bastidores, que podem definir um prazo para a existência do teto nos gastos públicos. No formato anunciado, a medida pode não passar no Congresso por ser considerada muito rígida. O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) diz que o Planalto está disposto a debater a proposta, que visa controlar a dívida pública. “Não pode haver prato pronto”, diz. A ideia de flexibilizar o teto ainda não está oficialmente no radar da Fazenda.
Amargo demais Um economista da Esplanada, com voz nas decisões do governo, usa o seguinte exemplo para ilustrar a dureza da medida: “Não é razoável o Orçamento de 2030 ser igual ao de 2016 mais a inflação do período”.
Voz de fora A McKinsey está trabalhando para a Casa Civil. A consultoria atualiza, a pedido do Planalto, um estudo de “apoio à reestruturação organizacional” da pasta, que passou a atuar mais com gestão do que com política.
De boa A empresa chegou ao governo pelas mãos do Movimento Brasil Competitivo, encabeçado por Jorge Gerdau. A consultoria já fez reuniões no Palácio nesta semana e, segundo o governo, não está cobrando pelos serviços.
Filme queimado O Planalto se assustou com a reação negativa da imprensa internacional à aparição do ministro da Transparência nas gravações de Sérgio Machado.
Agora vai Após sondar Torquato Jardim, com quem Temer se reuniu nesta terça, o governo passou a comparar seu currículo com o de outros cotados. “Não podemos errar de novo”, diz um palaciano.
Na mesa Também foi sugerido Arnaldo Hossepian, conselheiro do CNJ. O nome de Eliana Calmon, ex-corregedora do órgão, acabou descartado por ser vista como “linha dura”. O governo quer alguém capaz de fazer a ponte com as empresas.
Não é possível As companhias que tentam acordo de leniência estão entre a angústia e a descrença. Tem empresa que lidará com o sexto ministro da pasta. “É inacreditável”, diz um executivo.
Cabreiros Senadores não estão confiantes de que Dilma aceitará propor novas eleições caso volte ao Planalto. Avaliam que, se for para a petista continuar até 2018, melhor Temer ficar onde está.
Na linha A PF pediu à Justiça para alongar o prazo da quebra do sigilo telefônico do lobista Fernando Baiano. Quer apurar o vínculo entre ele e o senador Valdir Raupp, ex-presidente do PMDB.
Socorro Peemedebistas se alarmaram com um questionamento à Lei Eleitoral apresentado por Rodrigo Janot em maio. No meio do texto, ele trata como fato consumado a queda de um vice caso haja “cassação de diploma ou perda de mandato” de um presidente da República.
Precavido Um rival de Eduardo Cunha diz que a consulta sobre seu caso no Conselho de Ética à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) é o primeiro sinal público de que o peemedebista teme ser derrotado no plenário.
Nem sinal A Fundação Pio XII, que mantém hospitais do Câncer em SP, espera desde 2013 o repasse de R$ 8 milhões da União. Servidores temem o fechamento de unidades. O Ministério da Saúde diz que aprovou o pleito, mas não há dinheiro.
É bom que se saiba O PSDB paulista decidiu lembrar aos seus filiados que eles devem apoiar os candidatos… do PSDB. Em resolução, de 16 de maio, diz que eles têm o dever de votar em tucanos e estão proibidos de dar qualquer tipo de apoio a candidatos rivais.
tucanoescola

Foco nos plumados O texto está sendo chamado jocosamente de “resolução Matarazzo”, em referência ao vereador Andrea Matarazzo, que trocou a sigla para concorrer à Prefeitura pelo PSD.

TIROTEIO
Cassação é pena de morte para um político. Se fizesse uma análise desapaixonada, o relator teria de propor algo mais brando.
DO DEPUTADO CARLOS MARUN (PMDB-MS), capitão da tropa de Eduardo Cunha no Conselho de Ética, sobre relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

CONTRAPONTO
Ó vida, ó azar
Em um almoço em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) começou a listar as obras conduzidas pelo Estado para aumentar a oferta de água. No início de 2015, a crise hídrica atingira em cheio à administração do tucano diante da prolongada estiagem e do risco de adoção de um drástico racionamento em diversas cidades.
— Quando cheguei aqui hoje me disseram que São Pedro está nos ajudando com as chuvas — disse.
Em seguida, emendou:
— Engraçado… Quando falta água, a culpa é do governador. Mas, quando tem água, dizem que São Pedro é quem está ajudando!

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